Força especial da Venezuela é acusada de execuções extrajudiciais

Feb 20, 2023 | 0 Comentarios

© REUTERS / Miraflores Palace

3 de febrero de 2019

A violência perpetrada pelas forças de segurança do Estado da Venezuela vem contribuindo cada vez mais para a taxa de homicídios do país, uma das mais altas do mundo.

De 2010 a 2017, a proporção de homicídios cometidos pela polícia e pelos militares saltou de 4% para 27%, segundo Keymer Avila, professor de criminologia da Universidade Central da Venezuela. Ele estimou que este número subiu ainda mais no ano passado.

O governo do presidente Nicolás Maduro enviou tropas para os bairros pobres antes, dizendo que as chamadas Operações de Libertação do Povo visam eliminar criminosos. Grupos de direitos humanos e moradores disseram que as operações levaram a um aumento nas execuções extrajudiciais.

Grupos de direitos humanos dizem que a Força de Ação Especial da Polícia Nacional Bolivariana (FAES) tem sido uma preocupação especial desde que Maduro criou a unidade em 2017.

Contando cerca de 1.300 oficiais, a força matou mais de 100 pessoas em bairros de baixa renda nos últimos seis meses, e nenhuma investigação foi aberta, disse o grupo de direitos locais Provea em um relatório de 26 de janeiro.

Enquanto Maduro luta para manter o poder em face do endurecimento das sanções dos EUA e do apoio das potências ocidentais ao líder da oposição, Juan Guaidó, a FAES proclamou sua lealdade ao seu governo.

“Esses são momentos extremamente difíceis, momentos em que temos que mostrar quais de nós são leais e quais de nós são desleais”, disse o comandante da FAES, Rafael Bastardo, em discurso divulgado na conta do Instagram da unidade.

O Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, prometeu na sexta-feira que o governo investigaria quaisquer funcionários que praticam execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias. Ele disse que as autoridades prenderam vários policiais nos estados de Bolívar e Yaracuy por matarem manifestantes.

Nenhum oficial do FAES foi preso, ele disse.

Publicado originalmente en: Sputnik Brasil

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